terça-feira, 19 de novembro de 2019

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Fado de Malhoa, o pintor fino da Mouraria



Detalhe de uma vinheta do livro "Fado de Malhoa, o pintor fino da Mouraria", da autoria de Nuno Saraiva. A historia hilariante desta pintura a óleo, a novela que foi pintar a Adelaide-da-facada e o Amâncio, um casal manhoso, arruaceiro mas muito sexy da Rua do Capelão dos primeiros anos do século XX.


Uma futura edição EGEAC Cultura em Lisboa / Museu do Fado
https://www.facebook.com/nunosaraiv

segunda-feira, 15 de junho de 2015

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Fado 1910

Exposição FADO 1910 na Sociedade Nacional de Belas Artes

No dia 25 de Junho de 2010 o Museu do Fado inaugurou na SNBA (Sociedade Nacional de Belas Artes) uma exposição intitulada Fado 1910. Esta exposição, que pretende mostrar a grande influência da obra O Fado, de José Malhoa (1910) nas mais variadas artes, extendeu-se à sala de exposições temporárias do Museu do Fado. A inauguração contou com a actuação de Lina Rodrigues, acompanhada por José Pracana e Armando Figueiredo.

A exposição Fado 1910, dedicada ao Fado no contexto republicano, irá estar patente ao público até final de Agosto.

Para além das obras de artes plásticas, documentação impressa, fonogramas e instrumentos musicais, alusivos ao fado neste período, expostas na SNBA, a mostra estende-se à sala de exposições temporárias do Museu do Fado, onde o visitante pode usufruir de uma abordagem audiovisual onde estão patentes vários estudos e pinturas elaborados por José Malhoa para a criação do célebre Fado de 1910 e a curta metragem, de mesmo nome, realizada por Augusto Fraga em 1947, onde Amália Rodrigues interpreta o “Fado Malhoa” (José Galhardo - Frederico Valério), numa recriação encenada da própria pintura.

Inauguração 25 de Junho de 2010 às 19h00

A SNBA, cujo primeiro presidente foi José Malhoa, recebe esta produção EGEAC,EEM / Museu do Fado onde podemos ver pela primeira vez expostas lado a lado as obras O Fado de José Malhoa  de 1910 (Colecção Câmara Municipal de Lisboa) e O Fado de 1909 (Colecção Particular).

Também estarão patentes alguns estudos da obra designadamente um curioso estudo datado de 1908 onde Jose Malhoa incluiu uma terceira figura na composição.

Nesta exposição poderemos ainda apreciar o quadro de João Vieira O Mais Português dos Quadros a Óleo (2005) que constitui uma fascinante paródia a O Fado de José Malhoa produzida com a cumplicidade dos Homeostéticos (Pedro Portugal, Pedro Proença, Manuel Vieira, Fernando Brito).

No ano em que se comemora o centenário da República, a exposição FADO 1910 revela o papel central da canção de Lisboa no processo da Implantação da República. Desde o último quartel do século XIX o fado assume-se como importante veículo de memória e cidadania sublimando os ideários dos movimentos políticos e ideológicos emergentes no dealbar do século XX.

Usufruindo de uma crescente consagração popular, o fado constituía um instrumento privilegiado de difusão dos ideais mais ambiciosos de transformação social e política, assumindo uma importância central na construção de uma utopia igualitária.

Nos alvores do século XX o fado irrompe na pintura pela mão de José Malhoa fixando um modelo iconográfico popular, urbano e marialva que, consolidando a via mais naturalista de tratamento do tema, desde logo assumiu um lugar de absoluta centralidade na iconografia do género.

A extensa fortuna crítica de José Malhoa tornou sobejamente conhecidas as peripécias que pontuaram a produção da obra O Fado, que envolveu a colaboração do fadista Amâncio e da sua companheira, a Adelaide da Facada que assim participavam, ainda que fortuitamente, na fundação de uma identidade imagética do fado.

O próprio Malhoa desvenda em 1915 numa entrevista ao jornal A Lucta: “…Por uma tarde parada, como esta, de olhos semicerrados, pensava eu no meu atelier, em planos vagos a realizar. Uma guitarra sobre uma banca, fez-me meditar nisto: quem teria feito o primeiro fado? Embevecido nesse sonho, fazendo passar ante meus olhos todas as Severas, de cigarro na boca e perna traçada, cantando a melancólica canção das perdidas…”

http://www.museudofado.pt/calendario/detalhes.php?id=7








terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Painel de Azulejo

Painel 0,90 X1,05. Reprodução do" Fado" do pintor caldense José Malhoa .O "Fado" de Malhoa retratava uma cantadeira acompanhada por um tocador que ostentava com um certo sentimento a sua banza (Guitarra Portuguesa). Muitos foram aqueles que confundiram este quadro com a figura de Severa acompanhada, possivelmente, pelo Sousa do Casacão. As chinelas são idênticas, a cabeleira é farta a saia tem rodapé. No quadro não faltam ainda pequenos pormenores como a imagem de Cristo na parede onde as mágoas eram afogadas no fundo de uma garrafa de vinho.

https://www.facebook.com/AzulejariaArtisticaRuiCampos?fref=photo 

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Ecos do Fado na Arte Portuguesa Séculos XIX-XXI

Foto de Luís Carvalhal
No quadro da Candidatura do Fado à Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade (UNESCO) a Câmara Municipal de Lisboa através da EGEAC/Museu do Fado promoveu a exposição "Ecos do Fado na Arte Portuguesa Séculos XIX-XXI" na Sala do Risco, no Pátio da Galé, de 7 de Julho a 17 de Setembro de 2011.

Consagrada à relação do fado com a experiência plástica nacional, a exposição propõe uma leitura integrada e multidisciplinar das representações do Fado na Arte Portuguesa dos sécs. XIX-XXI, incluindo obras de Roque Gameiro, Columbano, José Malhoa, Constantino Fernandes, Almada Negreiros, Amadeo Souza-Cardoso, Eduardo Viana, Domingos Alvarez, Bernardo Marques, Stuart Carvalhais, João Abel Manta, Carlos Botelho, Cândido da Costa Pinto, Júlio Pomar, Leonel Moura, Graça Morais, António Carmo, Paula Rego, João Vieira, Arman, Adriana Molder, João Pedro Vale, Miguel Palma e Joana Vasconcelos, entre outros testemunhos que recriaram o tema.

http://fragmentos-lte.blogspot.pt/2011/07/ecos-do-fado-na-arte-portuguesa-seculos.html

sábado, 12 de janeiro de 2013

Coleção O Fado

Os volumes da colecção "O Fado" com capas alusivas à obra de José Malhoa estão agora disponíveis nas lojas FNAC.

Coleção O Fado" composta por 27 CDs com os grandes Fados e os seus intérpretes, desde as primeiras gravações até aos nossos dias. Capas desenhadas por alguns dos melhores ilustradores, reinterpretando o "O Fado", o quadro centenário de José Malhoa.

Assinalando centenário da obra "O Fado" de José Malhoa e agora que o Fado ganhou o estatuto de Património Imaterial Cultural da Humanidade, trazemos até si um registo único e completo com a história do fado, desde que há registos sonoros, interpretados por grandes fadistas.

Os primeiros são um tributo a grandes fadistas que ajudaram a imortalizar o Fado, como Amália, Alfredo Marceneiro ou Tony de Matos. Os restantes incluem fados tradicionais, como o menor, o corrido e o mouraria, cantados pelas grandes promessas da atualidade.

Ilustradores desta colecção: Nuno Saraiva, Antónia Tinturé, Miguel Rocha, Pedro Zamith, Vasco Gargalo, Afonso Ferreira, André Carrilho, Daniel Lima, Maria João Worm, Jorge Mateus, Fernando Guerreiro, Júlio Vanzeler, Tiago Albuquerque, João Moreno, Sara Franco, Jorge Nesbitt, José Manuel Saraiva, João Maia Pinto, Joana Bragança, Luis Manuel Gaspar, Teresa Amaral, Afonso Cruz, João Fazenda, Diniz Conefrey, André da Loba, Ana Correia Lipes e Luis Lázaro.

sábado, 14 de julho de 2012

O Fado de José Malhoa


A iniciativa do JN/DN continua com mais 8 inéditos.

Os ilustradores são Sara Franco, Daniel Lima, Jorge Nesbitt, José Manuel Saraiva, João Maia Pinto, Joana Rosa Bragança, Luís Manuel Gaspar e Teresa Amaral

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Antónia GT

Foi uma primeira tentativa de recriação do quadro do pintor José Malhõa, "O Fado", para uma encomenda recente, para a agência Tugaland.link

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Sara Franco

http://sara-franco.blogspot.pt/2012/06/o-fado-de-jose-malhoa.html
Ilustração de Sara Franco para uma nova série de ilustrações da iniciativa "O Fado de José Malhoa" (A Bela e O Monstro) lançada pelo DN e  JN - colecção de CDs de fado

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Antónia GT

Santo António Canta o fado à mulher manjerico

Porque estamos em plenos Santos Populares, porque é Junho, porque gosto de fado vadio, porque Santo António é o meu santinho...porque sim!

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Rodrigo


Saturnia

“Como é que José Malhoa pintou um dos mais famosos quadros pintados em Portugal no século XX, o Fado?Ele explicou-o á Luta, em 20 de Março de 1915.Tinha sido seis anos antes, em 1999: «Por uma tarde parada, como esta, de olhos semicerrados, pensava eu no meu atelier, em planos vagos a realizar.Uma guitarra, sobre uma banca, fez-me meditar nisto: quem teria feito o primeiro fado?»Ficou «embevecido» nesse «sonho», «fazendo passar, ante meus olhos, todas as Severas, de cigarro na boca e perna traçada, cantando a melancólica canção das perdidas…» Fez um esboço.A esposa viu-o e incitou-o a continuar. Durante quatro meses, Malhoa andou pelo Bairro Alto, Alfama e Mouraria, «vendo aquela vida que tão necessária era para o meu trabalho, e depois atirei-me ao quadro». Trabalhou durante dois meses com modelos profissionais. No entanto, foi ficando cada vez mais insatisfeito: «esses modelos não me davam nada do que eu sentia e via no natural». Um fidalgo boémio, seu conhecido, daqueles que passavam o tempo em patuscadas e deboche nos bairros populares de Lisboa, prontificou-se então a apresentá-lo a gente de condição cada vez mais baixa, até que a certa altura Malhoa se achou na Tendinha do Rossio, entre os cocheiros da praça, por via de quem veio a conhecer um «mariolão» cadastrado. Foi este «mariolão» quem finalmente arranjou a Malhoa um «fadista a valer», o Amâncio.«A este fadista, o Amâncio», explicou Malhoa em 1915, «devo eu o ter pintado o meu quadro». Malhoa mostrou-lhe os desenhos que fizera com modelos profissionais. O «fadista» discordou:«isso não é um fadista. Nós cá usamos o cabelo cortado à meia-laranja; o atacador é até á bica, e quando cantamos, sem olhar para quem, é preciso que disfarçadamente se veja, no bolso da calça da perna esquerda, o cabo da navalha».Malhoa penintenciou-se.A partir dali, decidiu-se a trabalhar com o Amâncio, que também lhe arranjou o outro personagem do futuro do quadro, a «Adelaide da facada,quinté parece uma Severa», segundo o fadista. Na companhia do Amâncio Malhoa penetrou na mal afamada Rua do Capelão, rua tão notória que o pintor, completamente deslocado na paisagem, foi imediatamente interceptado pelo polícia de ronda, a quem teve de explicar que não era o deboche, mas a arte que lá o levava. A Adelaide justificou a descida de Malhoa aos infernos. Era «uma bela mulher, de seio rijo, braços esculturais, rosto interessante, desfeado apenas na face esquerda pelo traço duma grane facada, da orelha até á boca». Em casa dela, Malhoa examinou detidamente esse interior: a meia cómoda com a sua toalha de ramagem vermelha, e por cima o clássico croché; os santinhos na parede; o vaso de manjerico com o seu cravo de papel; a bola suja suja do pó- de-arroz; o pequeno toucador do espelho com a gaveta aberta, e sobre ele o pente de alisar, os cigarros, a a garrafa de vinho». Durante 35 dias seguidos saiu do seu estúdio, nas refinadas Avenidas Novas, e foi tomar notas a casa da Adelaide. As prostitutas do sítio chamavam-lhe o «Pintor Fino», para o distinguirem do «Pintor», um dos mais célebres gatunos de Lisboa. Por fim, Malhoa, quis mostrar o seu primeiro carvão do quadro à Adelaide. Mas a Adelaide não queria ir à Avenida 5 de Outubro, um mundo completamente aparte da sua rua de bordeis. Teve de ser o Amâncio, mais viajado, quem a forçou a subir às Avenidas Novas. Foi um momento emocionante. Mal viu o carvão de Malhoa, a Adelaide rendeu-se: « Amâncio, aquilo já parece quando a gente estava lá em casa na paródia.» Malhoa sentiu-se feliz. Gastou ainda 11 meses a trabalhar o quadro. Mas ficou satisfeito:« Não há nessa tela apenas um fadista e uma rameira. Há ali uma mulher encantada ao ouvir o seu melhor afecto, que lhe canta ao coração.»

in “ A invenção de Portugal” de Rui Ramos /período 1890-1926

Saturnia